Técnicas de assentamento de rochas em banheiros - Sigma Granitos: Mármores e Granitos, Pisos de Mármores e Granitos

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30/09/2011

Técnicas de assentamento de rochas em banheiros

Banheiro de GranitoOs principais agentes de patologias hoje observados em revestimentos de banheiros com rochas ornamentais (sobretudo mármores e também granitos) relacionam-se tanto ao contato com produtos de limpeza e cosméticos, quanto à técnica e argamassas impróprias de assentamentos e rejuntamento de placas.

Destaca-se, a propósito, que cada uma das numerosas variedades de rochas, oferecidas aos consumidores, podem reagir de maneira distinta a cada um desses diferentes agentes.

Ressalta-se, também a propósito do assunto, que a maior parte dos problemas verificados nas obras ou relatos pelos consumidores, poderiam ser prevenidos mediante aos conhecimentos das características tecnológicos das rochas, especificações de argamassas adequadas, indicações de técnicas apropriadas de assentamentos e recomendações, em casos específicos, de produtos impermeabilizantes e hidro-óleo-repelente.

Neste sentido, a Escola SENAI Mario Anato, em São Bernardo do Campo – SP, tem envidado esforços no sentido de desenvolver novos ensaios, especialmente destinados à avaliação de desempenho das rochas ornamentais diante das diferentes solicitações a que estarão submetidas durante o uso (abrasão, umidade, contato com produtos químicos e de limpeza, esforço fletores, etc).

Em revestimentos de banheiro, onde o contato da superfície rochosa com produtos químicos (sabão, shampoos, detergentes, etc) é freqüentemente, o uso de produtos protetores, hidro-óleo-repelente ou impermeabilizantes, adquire fundamental importância. Quando especificados para ambiente internos, os hidro-óleo-repelente. Devem ser aplicados somente após o assentamento das placas e com o revestimento já absolutamente seco, respeitando-se o tempo de cura das argamassas de fixação e rejuntamento. Tanto em ambientes internos quanto externos, é necessário observar a vida útil apontada pelos fabricantes para os diferentes hidro-óleo-repelente disponíveis no mercado visando à sua periódica reaplicaçao.

Os ensaios desenvolvidos no SENAI tem duas linhas distintas de abordagem: uma relativa ao sistema rocha / argamassas de assentamento; e outra referente ao sistema rocha / argamassas de rejuntamentos. No sistema rocha / argamassas de assentamento, avaliou-se a força de aderência das placas (norma ABNT-14.084), o risco de patologia em pisos e o risco de patologias e desplacamentos em superfície verticais. No sistema rocha / argamassas de rejuntamento, efetuou-se determinação da permeabilidade (baseada na norma ABNT NBR-14.592/anexo G) e do impacto de jato d’água, sobre juntas preenchidas.

Os testes de aderências das placas de revestimento simularam condições ambientais normais (cura a 23ºC e 60% de umidade relativa do ar) ambientes úmidos e constantemente molhados (cura submersa em água) e ambientes externos sujeitos a forte insolação ou aquecimento artificial (caso de saunas, por exemplo) (cura em estufas a 70ºC).

Para a avaliação do risco de patologia em pisos (manchamentos, eflorescência, escamações), as placas da rocha foram assentadas em um painel horizontal de concreto. Este painel, dotado de mecanismo para controle de umedecimento, permitiu simular condições de umidade ascendente, muito comuns em pavimentos térreos.

Nos sistemas rocha / argamassa de rejuntamento, os ensaios objetivaram avaliar a permeabilidade e a resistência ao impacto de jato d’água, em juntas preenchidas. Especificamente para o caso de revestimento rochoso em banheiros, os ensaios procuram simular os ambientes:

Pisos e paredes internos, em ambientes praticamente secos (caso de lavabos, por exemplo), ambientes com molhamento freqüente (áreas de banho) e ambiente com umidades ascendente (infiltração).

Os procedimentos e cuidados recomendados para o assentamento das diferentes variedades de mármores e granitos em revestimentos de banheiros incluem basicamente:

a) Proceder à limpeza do piso ou parede, devendo-se assegurar total ausência de resíduos (incrustações, ferruginosas, pós de madeira, tinta, etc.) capazes de contaminar a argamassa e provocar manchamentos nos revestimentos.

b) Regularizar a base (contrapiso ou emboço) para possibilitar o assentamento utilizando-se argamassa colante (admite-se desníveis de até 5mm)

c) Impermeabilizar a base utilizando-se produtos semi-flexíveis e resistentes a pressões hidrostáticas negativas.

d) Proceder à limpeza e secagem dos ladrilhos rochosos.

e) Em ambientes sujeitos a umidade ascendente (caso dos pavimentos térreos, por exemplo), deve-se impermeabilizar o tardoz (verso) das placas rochosas utilizando-se produtos semi-flexíveis, preferencialmente brancos ou incolores.

f) A argamassa colante a ser especifica devera proporcionar resistência à aderência (nas condições de cura normal, submersa em água e em estufa a 70ºC) superior a 0,5 Mpa (conforme Norma ABNT-NBR 14.081). Para rochas claras são recomendadas argamassas brancas.

g) A água a ser utilizadas na argamassa não deverá ser transportada e nem acondicionada / armazenada em latas ou recipientes metálicos, que possam liberar partículas oxidáveis.

h) Realizar o assentamento dos ladrilhos rochosos de acordo com os sequintes passos:
- Aplicar a argamassa colante, tanto no contrapiso ou emboço, como no tardoz dos ladrilhos (processo de dupla camada), realizando cordões com desempenadeira denteada de 8X 8 mm.
- Assentar os ladrilhos, pressionando-os e batendo com martelo de borracha ate a obtenção de espessuras de argamassa entre 3 e 5 mm.
- Verificar a aderência da argamassa ao ladrilho. Remover aleatoriamente algumas peças logo após o seu assentamento. O tardoz deverá estar totalmente impregnado de argamassa colante.
- Utilizar espaçadores plásticos, para garantir homogeneidade das juntas.
- Aguardar, no mínimo, 72 horas para realizar o rejuntamento. Utilizar produtos à base de resina epóxi (sobretudo nas áreas de banheira e Box de chuveiro); ou de base cimentícia contendo aditivos impermeabilizantes e anti-fungos. IMPORTANTE: – Durante os trabalhos de assentamento deverá ser evitada a contaminação e o contato do contrapiso ou emboço, da argamassa e da rocha com matérias ferruginosos(pregos, palha de aço, latas, limalhas, etc); madeiras (serragens, tapumes, cavaletes) cigarros; graxas; óleos e outro produtos manchantes.

i) Avaliar a necessidade de aplicação de produtos hidro-óleo-repelente sobre o revestimento rochoso assentado, levando-se em conta as seguintes observações:
- A ação de produtos quimicamente agressivos e/ou manchantes, a partir do contato com a superfície de uma rocha, quase nunca é imediata. Assim, a rápida remoção desses produtos previne a ocorrência de patologias, mesmo em superfície não protegidas por hidro-óleo-repelente.
- Em outros sentidos, o contato prolongado da rocha, com esse produtos quimicamente agressivos e/ou manchantes, pode provocar algumas patologias até em superfícies tratadas com hidro-óleo-repelente. Destaca-se que a impermeabilização do tordoz (verso) das placas e da base dos revestimentos (emboço ou contrapiso), para prevenção de manchamentos isolados e alterados cromáticos, é tão ou mais importantes que a aplicação de hidro-óleo-repelente nas faces das placas.
- De fato, a maior parte das patologias de manchamentos é decorrente da infiltração ascendente de umidade, através de percolação de solução também responsáveis pelo surgimento de eflorescência e escamações na superfície dos revestimentos. A impermeabilização do tardoz e base das placas, pode inclusive barrar a percolação ascendente de umidade e impedir a sua transpiração, provocando alteração cromáticas de intensidade variável.

Além disso, o uso de hidro-óleo-repelente só pode ser efetuado mediante testes preliminares em amostras da rocha objetivada, com o acabamento de face especificado na obra ou projeto. Pode-se assim observar o resultado da impermeabilização e eventuais alterações cromáticas impostas ao material, para seleções do produto mais adequado.

De forma geral, recomenda-se que o uso de hidro-óleo-repelente seja, portanto, reservado para rochas nas quais se potencializa o contraste cromático dos manchamentos produzidos por infiltração de líquidos e soluções pigmentantes, bem como para rochas expostas a substancias quimicamente agressivas.

Eleno de Paula Rodrigues.